segunda-feira, 24 de agosto de 2009

a mais forte discriminação brota e medra no seio das próprias famílias

realmente é assim como referiram nos comentários precedentes, a mais potente segregação emana das próprias famílias dos deficientes, umas vezes por receio de que algo de mal aconteça aos deficientes, outras por serem produtos de uma cultura discriminadora, mas o super-protecionismo é a causa que mais afecta e corta as asas, pois para que a família, mormente os pais se sintam seguros incorrem numa proteção desmedida que trunca por completo as asas, ou seja cercea a possibilidade de uma vida independente e de auto-realização sem grilhetas de familiares, depois estas amarras que vêm da família extrapolam na outra parte da sociedade que é uma réplica da nossa. isto de ser deficiente é duro, não se limita a carregar este fardo por uma vida mas também suportar os preconceitos dos outros, que são preconceitos do nosso entorno...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

porque deus terá que ser forçosamente bom?

porque será que deus terá que ser forçosamente bom?! deus essa criação do homem por receios, medos, inseguranças atávicas e não ele o criador do homem, deus essa criação antropomórfica ou seja à nossa imagem, quer então dizer que deus tem que ser bom, ou os homens assim desejam, mas especulando na possibilidade pouco verosímil de deus existir, porque o demiurgo todo poderoso não poderia ser uma entidade equânime, imparcial ou até cruel ou má! porquê, simplesmente porque assim não nos serviria de consolo, daí que deus é uma equação para nos consolar, então como que um lenitivo, um bálsamo para as nossas desgraças, uma explicação dogmática para as nossas questões mais insondáveis e irresoluveis, concluindo deus é uma âncora que nos serve para tudo. mas nietzsche, sartre ou camus não cederam a estes facilitismos, e eu um alentejano de têmpera também não, por isso digo deus só existe na nossa necessidade de explicações para as nossas desgraças, de amigo na hora das tempestades, então profiro: deus sou eu, não, não é soberba, é coragem de ferir a susceptibilidade do sagrado, e no meu ar profano, qual gentio ou ímpio sem possibilidade de remissão, mesmo correndo o risco de ser castigado, castigado como? se deus é bom, sim sancionado, então ó alentejano esquecido já não te recordas das pragas do egipto, mas dirão os mais religiosos, aí era por uma boa causa ou seja libertar os hebreus do jugo esclavagista do faraó, e eu apenas me quero emancipar do espartilho ancestro das grilhetas da cultura religiosa, mas estas amarras são transversais a todas as religiões, por isso finalizo dizendo viva à desssacralização do homem, até porque os animais não carecem de tais bóias de salvação. bem sei que assim é mais fácil aceitar as vicissitudes e desventuras desta existência terrena e ter a ilusão dum prémio no além, mas acho que poderíamos sem religiões criar e forjar uma ética muito mais pura e menos fanática, a chamada moral ateia, não necessitava de ser anti-deus como camus perfilhava, chegava ser apenas sem um deus uma vida neutra , acéptica de crendices míticas, mas sei que é pedir demais ao cerebro pré frontal, mas a esperança sem superstições me alimentará nesta odisseia.

domingo, 9 de agosto de 2009

discrepâncias entre um ceguinho e um amblíope normovisual

Pode ser complicado esta inter-relação entre várias capacidades do poder visual, tenho conhecimento de distintos casos, habitualmente como acontece nas discrepâncias entre poder económico ou académico também nas situações em que um dos membros da relação vê melhor pode haver prepotências e imposições de dependências mais ou menos encapotadas, por exemplo a família dos amblíopes que namoram com um cego total acham que o seu filhinho ou filhinha está numa posição de superioridade em relação ao cego total, se ainda não usa bengala consideram o seu rebento como normo visual, e o outro sim um deficiente, um ceguinho; e depois pensam na sua ideologia nada segregadora que a sua cria deve arranjar um parceiro que não seja deficiente... até porque no convívio entre amblíopes e cegos totais costuma haver como que uma tutela algo paternalista dos primeiros em relação aos segundos. rematando, mas é como em tudo, o que conta é a natureza humana, e se o que brota do coração for puro tudo o resto não passará de pequenos engulhos ultrapassáveis com maior ou menor dificuldade, não são caprichos dos defecientes visuais, são pecadilhos imanentes ao ser humano, predador herdeiro da savana africana.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

carros para cegos ou cegos para carros!

caros para cegos ou cegos para carros, a novidade que anda agora aí na berra é esta que vos vou anunciar: automóveis para cegos, sim carros para invidentes, a sério, juro não é brincadeira, porque estão a rir aí do outro lado... eu no meu ar petulante até digo que não me admiro, e sabem porquê? é que há muito que as estradas já estavam entopidas de cegos para automóveis, passo a explicar: se não perceberem a erudita explanação que vos vou enunciar, peçam que vos lhe enviarei de bom grado o dicionário babylon, até porque não sou o detentor dos direitos de autor, não, não eu não sou do partido pirata da suécia, mas comungo dos mesmos ideiais desde que os direitos de autor uzurpados não tenham brotado desta cabeçinha pensadora... mas recuando, e desta vez retrocedendo mesmo para trás... anda por ái com cada cego ao volante de cada carro!

sportinguista protesta, eu acuso

ontem tive a certeza que as santas da casa não fazem milagres, até protesto contra mim próprio, e assim à maneira de zola eu acuso as santinhas dos baíses baixos de não fazer milagres aos seus conterrâneos, já é demais a orfandade a que devotam os seus filhos holandeses, há quatro anos foi a mesma película em alkmar, agora foi numa cidade perto da alemanha nem me lembro o nome desta desconhecida localidade! ou nem saberei, mas não assumo essa ignorância seria demais para o meu ego cabotino... será que este desamparo a que foram votados os holandeses terá sido por optarem pelo luteranismo e calvinismo! e assim em forma de sanção divina e reprimenda da praça de são pedro as santinhas viram-se para os fiéis católicos portugueses... mbem se for assim ainda me converto...

as leituras de um ceguinho... e alentejano

Bom-dia, das várias ferramentas que dispomos para ler prefiro o telemóvel, tenho nele instalado o quick office e o y edit que dão muito jeito na leitura dos formatos .doc e .txt; sinto-me mais confortável ao ouvir através do telemóvel; quanto às minhas leituras enumero aqui as desta última semana; a sultana que relata a vida das mulheres na Arábia Saudita, os dados estão lançados de jean-paul sartre, a náusea do mesmo autor e a peste de albert camus, também leio muitos artigos que recolho através de pesquisas que faço na net e depois meto no tele, principalmente de cariz histórico, filosófico e da área das emoções: neurologia psiquiatria e psicologia etc. e assim vão as minhas leituras! quanto à forma de adquirir os livros, existem várias listas de partilha de livros como as listas : leia e livraria virtual, as duas dos grupos do google, e se accionar-mos o motor de busca e digitarmos o nome da obra juntamente com a palavra download aparecem links para fazer o respectivo download, algumas obras já nem têm os direitos de autor.

domingo, 2 de agosto de 2009

e que tal questionar nietzsche?

salve, salve nietzsche, posterguemos as narrativas mítico-religiosas, não será altura de preterir o relegioso e assumir e viver o racional, a palpável vida terrena e deixarmo-nos de vidas metafísicas e prémios e recompensas para além da morte? porquê tentar uma explicação, compreende-se a insatisfação, a não resignação à anti-naturalidade da deficiência, da diferença, mas jamais a relegião, crendices ou outra coisa qualquer do foro abstracto ou metafísico nos explicará porquê o problema visual ou qualquer outro problema, quanto a sacerdotes os tais que fazem de intermediários entre o todo poderoso demiurgo e o simples criado, são apenas peões para alimentar o negócio do banco ambrosiano, vendedores do produto religioso da multinacional igreja católica, mas este juízzo e transverssal a todas as religiões ou seja máquinas de estupedificação colectiva, quanto aos médicos, fazem da medicina outra religião chamada de cientismo, por isso resta-nos ser nós a fazer o caminho, trajecto este despido de sacramentos e sacralizações, beatos, santinhos, deidades, viva à razão.